‘516 Arouca’ reforça posição do concelho como destino mundial do Turismo Aventura

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Maior ponte pedonal suspensa do mundo é prodígio da engenharia portuguesa

“516 Arouca” tem 516 metros de vão, 175 metros de altura acima do Paiva e é o novo ícone turístico do Município de Arouca

Os Passadiços do Paiva ganham, a partir do dia 02 de maio, um novo parceiro na atração de turistas para o Município de Arouca. Situada a 175 metros de altura acima do rio Paiva, com um vão de 516 metros, 1,2 metros de largura e constituída por 127 tabuleiros em gradil metálico suspensos por pendurais e catenárias em cabos de aço, a “516 Arouca” é a maior ponte pedonal suspensa do mundo. Uma nova e entusiasmante forma de olhar para a região do Paiva, para os seus passadiços e toda a beleza natural do Arouca Geopark.

Situada junto aos Passadiços do Paiva, a “516 Arouca” foi construída com o intuito de consolidar o projeto de turismo ativo no vale do Paiva, facilitando o acesso à zona nascente do concelho de Arouca.

Para a presidente da autarquia arouquense, Margarida Belém, a “516 Arouca” é “uma notável obra de engenharia nacional e certamente será uma das obras mais icónicas do município de Arouca e do País e que se tornará seguramente num ex libris da modernidade”. Tal como aconteceu com os Passadiços do Paiva, Margarida Belém está convicta que esta ponte “irá reforçar a competitividade económica e turística deste território com selo UNESCO, possibilitando a criação de novas experiências para os operadores de animação turística existentes, bem como a criação de novos empregos e empresas, em particular no setor turístico local”. “Será assim um importante “trunfo” para o relançamento da economia e do turismo a nível local e regional”, acrescenta.

“Este foi um projeto desafiante e ambicioso e, acima de tudo, é um projeto que nos deixa a todos muito orgulhosos. É uma obra notável para um município da nossa dimensão, mas à altura dos arouquenses e da sua capacidade de resiliência e luta”, afiança.

A “516 Arouca” encontra-se numa área classificada como Rede Natura 2000 e está inserida em pleno Arouca Geoparque Mundial da UNESCO. A partir da estrutura tem-se uma vista privilegiada e fascinante sobre 2 dos 41 geossítios que integram o geoparque: a Cascata das Aguieiras e a Garganta do Paiva.

 

A história de um projeto icónico

A iniciativa de ligar as duas margens do rio Paiva surgiu em 2016 com a intenção da Câmara Municipal de Arouca de permitir a travessia entre Alvarenga e Canelas, complementando assim a rede de passadiços e facilitando o acesso aos mesmos a partir de Alvarenga, ao mesmo tempo que permitia uma vista elevada sobre esta queda de água.

Foi contratado o ‘Itecons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade’, cabendo à sua equipa a conceção, análise (numérica e experimental) e dimensionamento. A topografia local, a dificuldade de acessos e as condições geológicas obrigaram a uma alteração dos planos iniciais levando à criação de ponte com um vão entre eixos de pilares de 516,5 metros e uma altura acima do rio de cerca de 175 metros.

Verdadeiro prodígio da engenharia nacional, a “516 Arouca” começou a ser construída em 2018 e ficou concluída no outono de 2020, sendo uma obra realizada sobre a presidência da primeira mulher à frente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, com acompanhamento e supervisão realizados pela Divisão de Planeamento e Obras da autarquia arouquense. Lança-se agora o convite a todos para percorrer os 516 metros mais emocionantes da sua vida, a vivenciar a experiência de percorrer uma ponte pedonal suspensa sobre um dos mais bravos rios da Europa, o Paiva, e a ser testemunha daquela que é uma das mais emblemáticas obras da engenharia portuguesa, enquanto contempla a deslumbrante paisagem inserida no Geoparque Mundial da UNESCO.

 

Características e Segurança do Projeto

Desde o início do projeto da “516 Arouca” que a segurança dos visitantes foi a grande prioridade dos promotores. Ao longo de vários meses foram efetuados cálculos rigorosos sobre a ação do vento, com diferentes velocidades, sobre a ponte; a resistência dos cabos foi exaustivamente testada com recurso a modelos numéricos e protótipos construídos em laboratório; as diversas soluções construtivas e de fixação foram, igualmente, meticulosamente estudadas.

Com recurso a um conjunto significativo de técnicas inovadoras, todo este trabalho de numérico e laboratorial procurou encontrar a estrutura ideal, assegurando ao mais ínfimo detalhe a segurança da travessia e garantindo simultaneamente níveis de conforto adequados.

Na conceção do projeto da ponte suspensa, a equipa do ‘Itecons’ desde logo optou por um perfil com um formato côncavo (formado pelo conjunto dos vários tabuleiros), não só por se aproximar, em termos estéticos, das pontes suspensas Incas, as que mais se aproximam do nosso imaginário quando se pensa em pontes pedonais suspensas, mas, sobretudo, porque permitia reduzir os esforços e amarrações da estrutura. O projeto da ponte foi definido de modo a garantir que na hipótese remota da quebra de um dos cabos, os tabuleiros manter-se-ão ligados entre si permitindo a segurança da ponte.

O passo seguinte passou pela criação de torres que permitissem elevar a cota de nível e o ângulo dos cabos principais (catenárias), que suspendem os tabuleiros através de pendurais. Uma solução que é já muito adotada em pontes rodoviárias, como a ponte 25 de Abril (Lisboa), e que agora se adotou também neste projeto.

Já o equilíbrio das torres é conseguido através da continuidade das catenárias para os lados opostos ao vão central, na direção dos maciços de amarração. Por fim, antes de avançar para a construção do projeto, foi necessário encontrar soluções para as forças horizontais, geradas em particular pela ação do vento. Devido às dificuldades naturais de execução deste projeto, o ‘Itecons’ adotou uma solução que consiste em inclinar os planos em que funcionam as catenárias e pendurais, criando componentes verticais e horizontais que promovem o equilíbrio de toda a estrutura. Adotaram-se ainda ângulos de cerca de 20º em relação à vertical.

O LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil foi outros dos intervenientes na construção da 516 Arouca. Atendendo ao caráter inovador deste projeto, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil implementou ensaios dinâmicos em túnel de vento de modo a estudar as forças geradas para diferentes velocidades, com vista a validar a estabilidade da estrutura.

Para a Conduril – Engenharia SA, empresa construtora, os principais desafios centraram-se na idealização e concretização do lançamento dos cabos principais, assim como dos tabuleiros entre as duas margens do rio Paiva. Todo o material usado na construção foi testado até à exaustão, estando minimizados ao máximo os riscos de acidentes ou outros danos.

Ao longo do processo de construção da “516 Arouca” foram várias as peripécias vividas. Umas decorrentes do normal trabalho, outras de ocorrências durante a execução do projeto. Os momentos mais desafiantes para a ‘Outside Works’, empresa especializada em trabalhos verticais, alpinistas e trabalhos em altura, envolvida no processo de construção, consistiram na passagem da primeira corda de uma margem à outra do rio (o que obrigou a atravessar o Paiva a nado, em pleno inverno) e na instalação do primeiro tabuleiro da ponte.

Atendendo a que parte da infraestrutura está construída sobre os Passadiços do Paiva, foi necessário coordenar o trabalho com segurança local, garantindo que a passagem de pessoas era sempre acompanhada.

No final, a “516 Arouca” é composta por 127 tabuleiros com o piso em gradil metálico, funcionando cada um deles como uma espécie de célula independente, que reforça a sensação de segurança e conforto aos visitantes. Com o intuito de maximizar a experiência de travessia da “516 Arouca”, está estipulado um número limitado de pessoas em simultâneo na ponte. Pretende-se que cada visitante possa usufruir da travessia em todo o seu esplendor, podendo observar a paisagem, tirar fotografias ou filmar sem um excesso de turistas a interferir neste cenário idílico.

 

Envolvente e Percurso da 516 Arouca

Construída em pleno Arouca Geopark e encrustada nas escarpas graníticas do rio Paiva, a “516 Arouca” apresenta aos seus visitantes uma paisagem única, de cortar a respiração e com vista para elementos paisagísticos inesquecíveis. Desde logo a beleza natural de um dos 41 geossítios do Geoparque Mundial da UNESCO, a da Cascata das Aguieiras, formada pelas águas da ribeira da Chieira que junto à ponte pedonal suspensa se precipitam para as águas do Paiva. Ou da Garganta do Paiva, outro dos geossítios, e que corresponde a um segmento do Paiva onde o leito se torna mais estreito e se prolonga desde a ponte de Alvarenga até ao Vau. As íngremes paredes rochosas deste geossítio são igualmente ricas em biodiversidade, destacando-se as manchas coloridas de verde-limão que correspondem ao líquen Acospora hilaris (indicador de clima mediterrâneo).

Edificada em plena área classificada como Rede Natura 2000, os visitantes mais atentos podem observar ainda diversas espécies, desde a grande águia-cobreira à pequena borboleta-do-medronheiro. Este é também o habitat natural de corços, coelhos-bravos, esquilos-vermelhos, lontras, lobos-ibéricos e águias-d’asa-redonda, entre muitos outros.

Em toda a envolvente da ponte pedonal suspensa e dos Passadiços do Paiva é possível encontrar assim centenas de animais, alguns deles em risco de extinção, que encontram nesta paisagem natural um refúgio perfeito, bem como uma vasta e rica flora que confere à região, em qualquer altura do ano, uma beleza acrescida.

Um cenário repleto de encantos onde se situam os já bem conhecidos Passadiços do Paiva, as áreas de recreio e lazer do Areinho e Vau, bem como os desportos de águas bravas, um atrativo adicional do rio Paiva.

 

Preços, Horários, Acessos e outras informações relevantes

Para chegar à “516 Arouca” pode optar entre as duas entradas. Uma é através da Praia do Areinho, percorrendo parte dos Passadiços do Paiva e acedendo à ponte pedonal suspensa. Se quiser optar por um percurso fisicamente menos exigente deverá seguir de carro até à freguesia de Alvarenga e, a partir dos parques da Feira ou no do campo de futebol, poder-se-á fazer o percurso a pé, por caminhos antigos que cruzam campos e lugares pitorescos como a Vila e a Chieira.

A travessia da maior ponte pedonal suspensa pode ser feita nos dois sentidos (ida e volta) ou só de ida, prosseguindo para os Passadiços do Paiva ou para o centro histórico de Alvarenga, consoante o local de entrada na ponte.

Aquando da compra dos bilhetes de acesso deverá ser escolhido um horário para fazer a visita. Os visitantes deverão comparecer no meeting point, definido para o efeito, 15 minutos antes da hora selecionada. A visita terá início impreterivelmente à hora marcada.

Limitada a um número máximo de 50 visitantes em simultâneo, a visita à “516 Arouca” será sempre acompanhada por um guia e tem uma duração aproximada de 1 hora e 30 minutos. O guia encontrar-se-á com os visitantes no local identificado para o efeito e acompanhará o grupo até à entrada da ponte pedonal suspensa. Aí será feito um briefing acerca da infraestrutura e paisagem e serão dadas informações relativas às normas e cuidados a ter no decorrer da visita. Estão disponíveis visitas em português e em inglês.

O bilhete de acesso à “516 Arouca” é de 12€ e incluiu a entrada nos Passadiços do Paiva. O acesso a crianças com menos de 6 anos é interdito e para as restantes faixas etárias existem descontos específicos, designadamente para crianças, seniores e grupos.

Preços de Packs família:

  • Pack Família A (2 adultos + 1 criança) = 30€
  • Pack Família B (2 adultos + 2 crianças) = 40€
  • Pack Família C (2 adultos + 3 ou mais crianças) = Pack família B + 5€ por cada criança adicional

Para os arouquenses que tenham cartão de residente dos Passadiços válido, a entrada é gratuita, sendo obrigatória a reserva no site da ponte: www.516arouca.pt. Para os residentes que procedam à emissão de novo cartão, este tem um custo de 5€, sendo válido por 3 anos.

A “516 Arouca” é uma infraestrutura inclusiva. Para que seja proporcionada uma visita única e de qualidade, deve ser feito contacto prévio obrigatório para a Loja Interativa de Turismo do Arouca Geopark, de forma a serem salvaguardadas as condições necessárias para proporcionar uma experiência única e completa.

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