No Porto e Norte de Portugal, acreditamos que o futuro do turismo depende da forma como cuidamos dos nossos territórios e comunidades. É por isso que estamos a desenvolver uma abordagem estratégica baseada na metodologia “Theory of Change”, que nos permite definir, medir e acompanhar o impacto real das nossas ações — especialmente no contexto dos eventos. Este caminho, assente na sustentabilidade ambiental, social e económica, é construído em conjunto com empresas, instituições académicas, ONG’s, municípios e cidadãos.
Este é também um caminho que se faz de inúmeras etapas, com ambições e contextos por vezes muito diferentes. Mas todas elas se somam, contribuindo para um objetivo maior. Um dos exemplos que aqui lhe trazemos é o do Movimento Ser Turismo Sustentável, que em apenas dois anos já reúne mais de 300 empresas empenhadas em alinhar a sua atividade com práticas que respeitam o planeta e as comunidades. Um movimento que traduz em ação uma convicção clara: só será possível receber visitantes de todo o mundo se soubermos cuidar da nossa casa.
Para reforçar esta visão, o Turismo do Porto e Norte de Portugal mantém a filiação no Global Sustainable Tourism Council (GSTC), instituição que define padrões de avaliação internacionalmente reconhecidos. Em parceria com a EarthCheck, iremos desenvolver em 2026 uma norma de certificação adaptada à realidade da região, alinhada com os critérios mais exigentes da sustentabilidade global.
Reforçamos o compromisso do Pacto do Porto para o Clima, que objetiva a redução de emissões de gases com efeito de estufa, com metas claras, monitorização contínua e comunicação transparente.
Continuamos o nosso caminho dentro de portas, através de diferentes iniciativas que promovem a sensibilização individual e a qualidade de trabalho das equipas. Trabalhamos igualmente para a região, incentivando os nossos parceiros a adotar práticas de economia circular, como os projetos com a CAIS e a LIPOR. Mas, acima de tudo, com o projeto do Marketplace de Experiências Turísticas, reforçamos o nosso compromisso com o território e com quem o promove e comercializa.
Neste contexto, da “Theory of Change”, o Congresso Mundial da ICCA - International Congress and Convention Association, que o Porto acolherá de 9 a 12 de novembro de 2025, sob o mote ‘Charting the Course’, será mais do que um encontro global de referência para a indústria. Representa o ponto de partida para uma nova visão de legado: o The Porto and North Forever Pact – Designed for Global Impact.
Este pacto é uma iniciativa construída com e para o território, e um objetivo claro: medir de forma estruturada e contínua o impacto social dos eventos nas comunidades locais.
Visa criar uma nova cultura de responsabilidade coletiva, promovendo a inclusão, o bem-estar e a participação ativa de todos os atores da sociedade no ecossistema dos eventos.
Através deste modelo pioneiro, o Porto e Norte de Portugal afirmam-se como um destino que vai além da hospitalidade — um território que utiliza os eventos como plataformas de transformação social e desenvolvimento comunitário.
Juntos, estamos a traçar o rumo, ou ‘chart the course’, para um futuro onde cada evento deixa uma marca positiva e duradoura nas pessoas e nos lugares que o acolhem.
Guimarães ocupa um lugar central na história portuguesa, berço dos acontecimentos que levaram à afirmação da soberania nacional no século XII. Hoje, a cidade é também um farol de excelência cultural e ambiental, capaz de aliar o património à inovação e a um compromisso firme com a sustentabilidade. Exemplo disso mesmo é a certificação Silver da EarthCheck, anunciada oficialmente no passado Dia Mundial do Turismo, a 27 de setembro. Uma chancela internacional que só distingue os destinos que seguem as mais exigentes práticas de sustentabilidade no turismo.
© Município de Guimarães
Classificada como Património Mundial da UNESCO em 2001, pelo centro histórico bem preservado, Guimarães tem vindo a acumular títulos de relevo: foi Capital Europeia da Cultura em 2012, Cidade Europeia do Desporto em 2013 e, mais recentemente, reconhecida como o município mais sustentável de Portugal, por três anos consecutivos. Estes marcos traduzem o espírito inovador e a determinação de uma cidade com cerca de 156 mil habitantes, mas com uma ambição claramente global.
A sustentabilidade tornou-se um pilar da cultura local. Empresas inovadoras alinham-se com políticas ambientais exigentes, fomentando uma nova cultura industrial e um ecossistema dinâmico de inovação. Desde 2015, o programa PEGADAS tem desempenhado um papel fundamental na educação ambiental, capacitando a comunidade para práticas mais conscientes e sustentáveis.
Guimarães tem igualmente assumido a liderança em políticas pioneiras. A iniciativa de pegada ecológica municipal orienta o caminho para se tornar uma verdadeira One-Planet City. Como membro da Zero Waste Europe, a cidade implementou estratégias inovadoras como o sistema PAYT (Pay-As-You-Throw), em que quem produz mais resíduos paga mais, pioneiro em Portugal, e o RRRCICLO, que promove a economia circular através da comunicação e do envolvimento comunitário.
Outro ponto de destaque é a qualidade do ar, com 97% dos residentes a usufruírem de ar classificado como “bom” ou “muito bom”. Ainda assim, a ambição é ir mais longe, construindo uma cidade cada vez mais saudável e habitável, onde as famílias possam prosperar, as crianças crescer e as gerações mais velhas envelhecer com dignidade.
Agora, com a distinção de Capital Verde Europeia 2026, Guimarães afirma-se como um exemplo de que a sustentabilidade pode ser profundamente enraizada no tecido de uma comunidade. Com o envolvimento dos cidadãos, das parcerias nacionais e da colaboração europeia, a cidade está a desenhar um futuro mais verde, inclusivo e próspero para todos.
Ao longo do próximo ano, Guimarães vai acolher diversas conferências, festivais, exposições e outros eventos nacionais e internacionais relacionados com a sustentabilidade, sendo este também o pretexto para acolher jornalistas europeus, em press trips organizadas para dar a conhecer o destino. Estas iniciativas contribuem, naturalmente, para a afirmação nacional e internacional de Guimarães enquanto destino turístico valorizado e qualificado.
No Porto e Norte de Portugal, o compromisso para com a sustentabilidade está a ganhar forma concreta através da certificação de vários destinos turísticos, reforçando a ambição da região em afirmar-se como referência internacional em turismo sustentável.
Hoje, orgulhamo-nos de contar com destinos certificados pela Green Destinations, uma das mais prestigiadas organizações internacionais na área da sustentabilidade turística:
Arouca, Amarante, Braga, Celorico de Basto, CIM Alto Minho, Matosinhos, Montalegre, Ponte de Lima e Resende já conquistaram este selo de qualidade, que reconhece boas práticas ambientais, sociais e de governação.
Outros destinos estão atualmente em processo de certificação, como Penafiel, Santa Maria da Feira, Valença e Vila Verde, demonstrando que o movimento está em expansão e que o Norte está unido neste desígnio.
Além destes, Baião, Melgaço e o Museu do Futebol Clube do Porto destacam-se, por sua vez, pela certificação pela EarthCheck, sistema de certificação internacional que avalia o desempenho ambiental e social de destinos e infraestruturas turísticas.
Estas certificações são mais do que ferramentas de posicionamento de um destino, são um incentivo à melhoria contínua dos destinos.
Na região Norte, a sustentabilidade no turismo está a ganhar novas formas através de projetos que combinam tecnologia, património e responsabilidade ambiental. Estas iniciativas, desenvolvidas no âmbito do programa europeu ST3ER de transição gémea (verde e digital), que juntou várias empresas nacionais, tendo o Norte e os associados da ATPN a maior representatividade.
Entre os projetos em curso, destacamos, naturalmente, o projeto da ATPN de intervenção de um espaço inativo, num espaço verde com monitorização digital, promovendo a biodiversidade e a eficiência energética. Também se investe na digitalização de conteúdos culturais, criando experiências imersivas e acessíveis que valorizam o património local e o tornam disponível a um público mais vasto (Casa da Guitarra).
A inovação tecnológica está igualmente presente em plataformas digitais com recurso a inteligência artificial para personalizar experiências e apoiar decisões mais responsáveis por parte dos viajantes (Cooltour Oporto). No turismo de natureza, surgem soluções que aliam segurança, personalização e redução do impacto ambiental, como aplicações móveis que monitorizam percursos em tempo real e embalagens ecológicas para produtos locais (Portugal NTN).
Outros projetos apostam na certificação ambiental de alojamentos e serviços turísticos, reforçando a confiança dos viajantes conscientes e promovendo práticas de gestão mais eficientes e integradas com as comunidades locais (Feel Discovery). Também se destacam experiências de realidade virtual que tornam o património natural mais acessível e envolvente, promovendo a inclusão e a valorização do território (Arouca Geopark).
Por fim, a inteligência artificial é também aplicada à melhoria da experiência digital dos visitantes, através de assistentes virtuais que facilitam o acesso a ofertas turísticas e otimizam o apoio ao cliente (Vinitur) e ao desenvolvimento de um índice pioneiro para avaliar o impacto do Turismo de Natureza nas dimensões ambiental e comunitária (Portugal Outdoor Alliance).
Como facilmente se percebe, já foram dados muitos passos, mas precisamos que todos caminhem connosco. Porque só assim conseguiremos garantir que o Porto e Norte de Portugal será, cada vez mais, um destino inspirador, competitivo e verdadeiramente sustentável.