Mulheres na História do Norte

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Um roteiro de visita ao território

A história do Porto e Norte de Portugal é também a história das suas mulheres!

Mulheres que se destacaram na cultura, nas ciências, no desporto, mulheres de trabalho cujo esforço e dedicação serviram como alavanca para o desenvolvimento da região. Classes de trabalhadoras e personalidades que marcaram a história da região e do país e que muito contribuíram para que hoje possamos sonhar com a igualdade de género. 

No Dia Internacional da Mulher prestamos homenagem a algumas delas, percorrendo a região através das pegadas que deixaram e das homenagens que lhes foram prestadas.

 

“Vénus de Vidago” - Museu da região Flaviense, Chaves

A Mulher, elemento crucial nas diferentes manifestações artísticas de cada época, nelas sempre assumiu, também, relevante protagonismo simbólico, ritual e até religioso. Disso mesmo nos dá testemunho a designada “Vénus de Vidago”, uma escultura atribuída ao período da dominação romana e que pode ser observada no Museu da Região Flaviense, em Chaves.

 

“Mulheres do Mar” - Mural Vhils, Esposende

A dureza e a bravura da vida das “mulheres do mar” inspiraram um dos mais destacados criadores contemporâneos: Vhils, assinatura artística de Alexandre Farto. Na marginal de Esposende, junto ao Centro de Atividades Náuticas, o artista criou um extenso painel, inaugurado em 2020, onde evidencia atividades tradicionais das mulheres desta comunidade. 

 

Peixeiras - Escultura "Tragédia do Mar", Matosinhos

Em pleno areal de Matosinhos a escultura em bronze “Tragédia no Mar” evoca a dor e o desespero das mulheres dos pescadores. Inaugurada em 2005 a obra recorda a maior tragédia de que há registo na costa portuguesa: uma tempestade, na noite de 1 de dezembro de 1947, vitimou mais de 250 pescadores. O escultor da peça, José João Brito, inspirou-se numa pintura de Augusto Gomes.

 

Carquejeiras - Escultura de Homenagem às Carquejeiras, Porto

Desde 2020 uma escultura de José Lamas perpetua, na Rampa das Carquejeiras, a memória de uma das mais cruéis atividades, assegurada por mulheres, na história do Porto. Durante o séc. XIX e até meados do XX, eram elas que subiam diária e penosamente a rampa com mais de 200 m de comprimento e 20% de inclinação, carregando à cabeça 50 a 60 kgs de carqueja, utilizada para acender e alimentar muitos dos fornos da cidade.

 

Rendilheiras - Museu das Rendas de Bilros, Vila do Conde

Atividade feminina marcante nas comunidades do litoral desde finais da Idade Média, a renda de bilros não raras vezes foi mais do que uma mera produção doméstica, sendo importante fonte de recursos para muitas mulheres. Na marginal de Vila do Conde uma escultura de Ilídio Fontes, de 1933, homenageia a rendilheira. Próximo, merece visita o Museu das Rendas de Bilros.

 

Tecedeiras da seda - Museu da Seda e do Território, Freixo de Espada à Cinta

Arte feminina transmontana, a produção da seda é nesta região anterior ao séc. XVII. O ciclo, sempre controlado pelas mulheres, tem início com a plantação da amoreira, alimento do bicho-da-seda. É do casulo deste que as mãos hábeis das mulheres, geração após geração, retiram o fio e tecem a seda. Uma memória ainda viva no Museu da Seda e do Território de Freixo-de-Espada-à-Cinta.

 

Antónia Ferreira “Ferreirinha” (1811-1897) - Vinhedos do Douro, Douro Vinhateiro

A paisagem das encostas e vinhedos do Douro, Património da Humanidade, é indissociável da figura da “Ferreirinha”. Nascida em Godim, Peso da Régua, fica viúva e herdeira aos 30 e poucos anos. Sozinha investe, negoceia e moderniza a produção dos vinhos do Porto e do Douro, construindo um “império” que incluirá 30 quintas, armazéns e palácios. Mas ficará também conhecida por “santa” e “mãe dos pobres”.

 

Florbela Espanca (1894-1930) - Biblioteca Municipal Florbela Espanca, Matosinhos

A Biblioteca Municipal Florbela Espanca (projeto de Alcino Soutinho) e o busto-máscara de Florbela (de Irene Vilar) evocam, no centro de Matosinhos, a forte ligação que a cidade possui com uma das mais relevantes figuras da poesia portuguesa do início do século XX. Embora nascida em Vila Viçosa, foi aqui que a poetisa escreveu e viveu, arrojada e contrariando preconceitos, os últimos anos da sua vida. 

 

Mumadona Dias (c. 900 - 968) - Centro Histórico, Guimarães


Próximo do castelo de Guimarães e junto ao Palácio da Justiça recorda-se a figura da condessa Mumadona Dias que, no séc. X, mandou erguer aquela fortificação para proteger o mosteiro que aqui também havia fundado. Inaugurado em 1960, o monumento evoca esta responsável do Condado Portucalense, na origem do protagonismo que, mais tarde, Guimarães terá na formação do reino português.

 

Carolina Michaëlis (1851 – 1925) - Escola Secundária Carolina Michaëlis, Porto

A Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, lembra um dos nomes maiores da cultura portuguesa na passagem do séc. XIX para o XX. Ligada também à rua de Cedofeita, onde funcionou de início aquele liceu feminino, e onde subsiste a casa onde viveu e produziu parte da sua obra, Carolina foi relevante investigadora da nossa literatura e a primeira mulher a lecionar numa universidade portuguesa.

 

Agustina Bessa-Luís (1922-2019) - Igreja de Travanca, Amarante

Autora de romances imortais, nome maior das letras portuguesas das últimas décadas e distinguida com múltiplos prémios e condecorações, Agustina nasceu em Vila Meã, Amarante, numa casa localizada muito próxima do antigo pelourinho da povoação, tendo sido batizada na igreja do mosteiro de Salvador de Travanca, excecional templo medieval que integra a Rota do Românico.

 

Carmen Miranda (1909-1955) - Museu Municipal Carmen Miranda, Marco de Canaveses

Figura exuberante em produções cinematográficas americanas de meados do séc. XX, Cármen Miranda foi uma célebre cantora, dançarina e atriz brasileira, evidenciando-se pelos seus exóticos figurinos, incluindo chapéus com frutas. Embora tenha emigrado muito jovem para o Brasil, Marco de Canaveses, sua terra natal, não a esqueceu e dedica-lhe o Museu Municipal e um monumento inaugurado em 2017.

 

Ana Plácido (1831-1895) - Casa Museu Camilo Castelo Branco, Famalicão

A Casa-Museu Camilo Castelo Branco, em Seide, Famalicão, guarda não só a memória do famoso escritor romântico português, mas também a da sua companheira e igualmente escritora Ana Plácido, que se evidenciou na poesia e tradução, utilizando pseudónimos masculinos. Casada em segundas núpcias com Camilo, em 1888, tinham vivido amancebados durante anos, numa relação que chocou parte da sociedade portuguesa de então. 

 

Sophia de Mello Breyner (1919-2004) - Jardim Botânico, Porto

O palacete do atual Jardim Botânico do Porto foi, na infância, residência de uma das mais reconhecidas poetisas portuguesas, tendo servido também de inspiração para algumas das suas famosas histórias infantis. Utilizou a sua poesia no combate pela Liberdade e no pós Revolução de 1974 foi deputada da Assembleia Constituinte. Entre outros, recebeu o Prémio Camões, o Prémio Pessoa e o Prémio Rainha Sofia.

 

D. Teresa (c. 1080 - 1130) - Escultura de Homenagem a D. Teresa, Ponte de Lima

Considerada por alguns como a primeira rainha portuguesa, D. Teresa foi a Condessa de Portucale entre 1112 e 1128, tendo desenvolvido uma política de crescente autonomia que o filho – Afonso Henriques – acentuará, conduzindo o condado à independência de Portugal. Tendo dado Carta de Foral a Ponte de Lima, nesta vila podemos observar uma estátua que a recorda, de autoria de Luís Valadares e inaugurada em 2002.

 

Marta Ortigão Sampaio (1897-1978) - Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, Porto

Sobrinha de Aurélia de Sousa e sobrinha-neta de Ramalho Ortigão, Marta Ortigão Sampaio herdou o gosto pelas artes, refletido nas vastas coleções de pintura, joalharia, mobiliário e artes decorativas que reuniu ao longo da sua vida e instalou na casa que encomendou ao arq. José Carlos Loureiro em 1954-1955, no Porto, hoje Casa Museu com o seu nome.

 

Rainha Beata Dona Mafalda (1195/96 – 1256) - Mosteiro de Arouca, Arouca

Neta de Afonso Henriques e filha de D. Sancho I, Mafalda foi uma figura poderosa no seu tempo, associada a uma relevante vida religiosa que lhe vale o título de Beata. A designação como rainha resulta do facto de ter sido casada com o monarca de Castela, de quem enviuvou pouco tempo depois do casamento. O seu túmulo, objeto de grande devoção, encontra-se no mosteiro de Arouca, por si fundado.

 

Rosa Mota (1958 -) - Superbock Arena - Pavilhão Rosa Mota, Porto

Campeã olímpica e mundial da maratona, Rosa Mota destaca-se no panorama mundial como atleta de excelência e uma das melhores corredoras do século XX. Nascida no Porto, inicia a sua carreira no Futebol Clube da Foz em 1974. Em 1991, o seu nome é atribuído ao Pavilhão Desportivo erguido num dos mais belos e aprazíveis espaços da sua cidade: os jardins do desaparecido Palácio de Cristal.

 

Maria Lucília Pereira Alves dos Santos (1954 -) - Federação do Folclore Português, Maia

O seu trabalho tem sido fulcral na preservação e projeção de uma parte do património imaterial da Maia, o folclore. Nasceu a 12 de outubro de 1950, na freguesia de Moreira da Maia e, em 1954, entrou como dançarina no Grupo Regional de Moreira da Maia. Com 27 anos tomou posse como responsável do Grupo e é atualmente presidente deste Grupo federado.

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